Chamada aberta – Ilhas Revisitadas

para artistas contemporâneos (Açores e Madeira)

De 15 de novembro a 15 de dezembro 2025

CHAMADA ABERTA

Programa de Residências Artísticas “Ilhas Revisitadas” 

para artistas contemporâneos (Açores e Madeira)

De 15 de novembro a 15 de dezembro 2025

 

O presente programa de Residências Artísticas “Ilhas Revisitadas”, destinado a artistas naturais ou residentes dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, pretende assinalar os 100 anos da publicação  d’”As Ilhas Desconhecidas” de Raúl Brandão.

Das residências resultarão duas exposições: na ilha de São Miguel (Açores) e na Madeira que pretende incentivar uma reflexão crítica e poética sobre os territórios insulares portugueses, revisitados agora através da arte contemporânea.

Cem anos após a publicação da obra de Brandão, este projeto propõe um novo movimento entre arquipélagos, agora conduzido pela arte contemporânea. Como Brandão, os artistas são convidados a atravessar o mar, habitar temporariamente a ilha do outro e criar a partir da fricção entre o familiar e o desconhecido.

Essa troca entre lugares permite que cada olhar se torne, tal como o de Raúl Brandão, estrangeiro e íntimo ao mesmo tempo – um olhar atento às texturas do território, às vozes subterrâneas da paisagem, às histórias que ainda hoje ecoam nas ilhas. Ilhas Revisitadas é, assim, uma proposta de escuta e reinterpretação poética da insularidade, tecida a partir de encontros entre artistas, ilhas e tempos – entre o passado literário e o presente criativo.

 

ENTIDADES ENVOLVIDAS

A Agência de Promoção da Cultura Atlântica (APCA) é uma entidade sem fins lucrativos, sediada na Madeira desde 2005, dedicada à criação, produção e difusão de projetos culturais e artísticos que promovem o diálogo entre as ilhas atlânticas e o mundo. Atua nas áreas da cultura, ciência e tecnologia, desenvolvendo programas de formação, residências, exposições e coproduções com instituições públicas e privadas. A APCA assume-se hoje como uma plataforma de cooperação e inovação cultural, comprometida com a valorização do património e da criação contemporânea no espaço atlântico.

Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, situado na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel (Açores), é um equipamento cultural dedicado à criação, produção e difusão da arte contemporânea. Atua a partir do contexto local, em diálogo com o mundo, acolhendo artistas de múltiplas áreas em residências, exposições e espetáculos. A sua missão é despertar o interesse e o conhecimento da arte contemporânea num contexto insular, promovendo a reflexão crítica e facilitando o acesso, dos diversos públicos, aos processos criativos dos artistas. Tem vindo a fomentar o trabalho em rede com várias instituições culturais, promovendo a circulação de projetos artísticos e uma programação que integra múltiplas disciplinas.

CHAM – Centro de Humanidades é uma unidade de investigação interuniversitária vinculada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e à Universidade dos Açores, financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Nestes últimos anos, converteu-se num dos maiores centros de investigação portugueses na área das Humanidades. Num ambiente multicultural e colaborativo, o centro reúne investigadores de diversas épocas (da Antiguidade ao período Contemporâneo) e áreas disciplinares (Arqueologia, História, Filosofia, Património, Literatura e História das Ideias), promovendo o estudo das sociedades e culturas em perspetiva global.

MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira é um museu dedicado à promoção, difusão e desenvolvimento da arte contemporânea, cuja génese remonta a 1992.
Reúne a coleção pública de arte contemporânea da Região Autónoma da Madeira, integrando nos seus acervos obras de referência da produção artística portuguesa com um enquadramento temporal que abrange desde meados da década de cinquenta até à atualidade. A sua programação articula exposições, residências artísticas e projetos de experimentação que procuram estimular a reflexão crítica e o diálogo entre artistas, públicos e o território. Das valências que disponibiliza ao público, destaca-se a integração, na sua estrutura, de um dos mais relevantes auditórios do arquipélago, que serve de palco para a criação artística nas áreas performativas. Do mesmo modo, o museu tem a cargo, desde 2024, a gestão e direção artística da Galeria dos Prazeres.

DESTINATÁRIOS

O presente convite destina-se a todos os artistas individuais dos Açores e da Madeira, apresentarem propostas. No contexto do projeto expositivo Ilhas Revisitadas, inspirado na obra As Ilhas Desconhecidas de Raúl Brandão, abre-se a presente convocatória para seleção de dois artistas contemporâneos – um natural ou residente na Madeira e outro natural ou residente nos Açores. A exposição propõe um diálogo entre os dois arquipélagos portugueses a partir da reinterpretação artística dos imaginários insulares descritos por Brandão em 1926. 

OBJETIVOS

1. A convocatória visa selecionar: 1 artista com ligação ao arquipélago da Madeira (por naturalidade ou residência); 1 artista com ligação comprovada ao arquipélago dos Açores (por naturalidade ou residência); 

2. Fomentar a criação artística contemporânea que dialogue com os arquipélagos da Madeira e dos Açores, a partir de uma leitura sensível da insularidade, da paisagem, da memória e das histórias locais evocadas na obra As Ilhas Desconhecidas, de Raúl Brandão;

3. Promover o intercâmbio criativo entre artistas dos dois arquipélagos, através de residências artísticas que incentivem o confronte entre o olhar próprio e o olhar sobre o território do outro; 

4. Estimular a produção de obras inéditas que explorem as tensões entre o familiar e o desconhecido, potenciando novas interpretações do território e das suas narrativas; 

5. Aprofundar o diálogo entre passado e presente, convocando os artistas a revisitar a herança literária de Raúl Brandão com ferramentas contemporâneas e perspetivas críticas;

6. Apresentar os resultados das residências numa exposição itinerante, promovendo a circulação das obras entre os arquipélagos e contribuindo para a visibilidade da arte produzida em contexto insular; 

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO 

Podem candidatar-se:​

1. Artistas com prática contemporânea (instalação, vídeo, som, fotografia, escultura, pintura, etc);

2. Maiores de 18 anos;

3. Naturais ou residentes (há pelo menos 2 anos) na Madeira ou nos Açores; 

4. Com disponibilidade para residir temporariamente no outro arquipélago no período indicado pela organização;

REALIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA ARTÍSTICA

BOLSA DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA & APOIO ÀS RESIDÊNCIAS

Os artistas selecionados receberão apoio financeiro e técnico durante o período da residência com duração de uma semana em cada território. O apoio total previsto para cada artista é de 5.200€, incluindo despesas de acolhimento geridas pela organização e uma verba de 3.000€ (criação+ per diem) a transferir diretamente para o artista. 

Cada artista selecionado receberá uma bolsa de criação de 3.000€, destinada à conceção e produção da obra a apresentar no âmbito do projeto. Este montante é isento de IVA ao abrigo do artigo 53.º do Código do IVA ou, quando aplicável, acrescido do respetivo IVA à taxa legal em vigor, devendo o pagamento ser efetuado mediante emissão do recibo verde pelo artista selecionado. 

A organização será responsável pelo acompanhamento técnico e logístico necessário para a concretização das propostas artísticas selecionadas. 

PROCESSO DE SELEÇÃO

Calendário

  • Lançamento da open call: 15 de novembro de 2025;

  • Prazo limite de submissão: 15 de dezembro de 2025;

  • Avaliação das propostas: 18 de dezembro de 2025 – 9 de janeiro de 2026

  • Anúncio dos artistas selecionados: 20 de janeiro de 2026

  • Residências artísticas: 14 dias (7 dias em cada arquipélago), decorrendo entre 13 e 25 de fevereiro de 2026. Os dois artistas estarão em residência juntos, no MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira e no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, 7 dias em cada um dos locais, promovendo um diálogo contínuo entre si. As datas da residência serão articuladas entre os artistas e instituições, no período entre 13 e 25 de fevereiro.

  • Exposição: MUDAS.Museu (Madeira) Julho – Agosto 2026; Arquipélago (Açores) – a anunciar mais tarde. 

DOCUMENTAÇÃO OBRIGATÓRIA

A candidatura deve incluir:

  • Ficha de Inscrição e Autorização para Utilização de Imagem e Conteúdos Artísticos;

  • Portefólio artístico (PDF, até 15 páginas ou 20 MB);

  • Biografia (máx. 500 palavras);

  • Carta de motivação (máx. 500 palavras), incluindo a relação com o tema da exposição e interesse em desenvolver trabalho a partir do território insular oposto;

  • Curriculum Vitae resumido (máx. 2 páginas); 

  • Cópia do documento de identificação e comprovativo de naturalidade ou residência; 

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

As candidaturas serão avaliadas com base nos seguintes critérios:

1. Qualidade artística e coerência do portefólio (40%);

2. Relevância e originalidade da proposta em relação ao tema e ao território (30%);

3. Clareza da motivação e interesse no intercâmbio territorial (20%);

4. Viabilidade técnica e de produção da proposta (10%);

DISPOSIÇÕES FINAIS

1. A participação à apresentação de candidaturas é gratuita; 

2. Apenas uma candidatura por artista; 

3. Deve preencher-se o Formulário de Inscrição e a Autorização para Utilização de Imagem e Conteúdos Artísticos, para divulgação nos canais de comunicação da organização, enviando os formulários devidamente preenchidos e assinados;

4. A decisão do júri é soberana e não passível de recurso; 

5. A organização reserva-se o direito de não selecionar candidaturas caso não se verifique a qualidade exigida;

6. Os candidatos selecionados comprometem-se a cumprir os prazos, participar nas atividades da residência e na exposição;

7. A participação na presente Open Call implica a aceitação do respetivo regulamento e autorização para a utilização de imagem e conteúdos de obras audiovisuais e cinematográficas nesta edição;

8. Serão notificados por e-mail só os artistas selecionados;

9. Os artistas autorizam a utilização de imagens e conteúdos das suas obras para divulgação do projeto pela organização e parceiros. Podem igualmente comunicar o projeto nos seus próprios canais, devendo sempre mencionar o apoio institucional e utilizar os logótipos oficiais fornecidos; 

10. A organização garante que todos os dados de candidatura recolhidos através dos formulários serão tratados confidencialmente e utilizados apenas para efeitos de avaliação;

11. As obras produzidas no âmbito das residências permanecem propriedade dos artistas, comprometendo-se estes a disponibilizá-las para exposição e divulgação conforme o calendário acordado com a organização;

12. O júri será composto por:

      Alexandre Pascoal: Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas;

      Duarte Nuno Chaves: CHAM / Universidade dos Açores; 

      Hugo Olim: Curador da exposição;

      Márcia de Sousa: MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira;

13. O acompanhamento curatorial estará a cargo de Hugo Olim, que assegurará o acompanhamento conceptual e presencial durante as residências e o processo de montagem;

14. As candidaturas devem ser submetidas por e-mail para: [email protected]

15. Para esclarecimento de dúvidas, contactar: [email protected]

 

Regulamentos e mais informações

 

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